Resenha: Villette – Charlotte Bronte

 
Características:

Livro: Villette

Autor: Charlotte Brontë

Páginas: 436

Editora: Pedrazul

ISBN: 978-85-66549-09-6

Sinopse:

Notadamente autobiográfico, Villette foi o último romance publicado em vida por Charlotte Brontë. Nele, ela atingiu o auge de seu poder artístico. É o trabalho mais completo e profundamente sentido da autora, superando até mesmo Jane Eyre em aclamação da crítica. O livro é narrado por Lucy Snowe, que foge da Inglaterra e de um passado trágico para se tornar preceptora e, mais tarde, professora de inglês em um pensionato francês dirigido por Madame Beck, na cidade fictícia de Villette. Lá, ela inesperadamente confronta seus sentimentos de rejeição, saudade, abandono e luta pelo amor de um homem. Apesar da adversidade e da decepção, Lucy sobrevive para contar a visão irrestrita da jornada de uma vida turbulenta, uma viagem de uma mulher sozinha, os sentimentos conflituosos por dois homens tão diferentes como o fogo e o gelo, Monsieur Paul Emanuel e doutor John Graham Bretton, e um futuro incerto. (SKOOB)

Olá pessoal,

Villette é um livro extraordinário. Não vou compará-lo com Jane Eyre porque cada um tem a sua personalidade, Jane Eyre é o mais famoso da Charlotte Bronte  e sem dúvida é o queridinho da maior parte do público, em especial o meu sem dúvida. Porém, quero deixar claro que após a leitura de Villette confesso que meu coração disparou e se emocionou juntamente com a queridíssima Lucy Snowe. Eu terminei minha leitura com os olhos cheios de lágrimas e profundamente abalada.

Lucy Snowe é a heroína, uma mulher forte, inteligente e de sentimentos conflituosos que nos encanta nas primeiras páginas. Contada na primeira pessoa, a escrita é sublime reflete a poesia dos sentimentos e a riqueza de detalhes dos lugares visitados por Lucy e a complexidade dos personagens. A narração se divide em três volumes que são marcados pelas passagens e mudanças ocorridas na vida de Lucy e seus amigos.

A história inicia-se em Bretton, lugar que morava sua madrinha e seu filho Grahan.

“Eu acredito que ela previa claramente certos eventos de que eu não suspeitava, sendo que uma leve suspeita seria suficiente para me transmitir imensa tristeza.”

Um acontecimento trouxe para vida da família a menina Polly uma criança de 6 anos que alegrou a casa e seus companheiros, a sua passagem trouxe vida e preocupação para todos. No entanto, o futuro reservou uma linda história de amor. Lucy passa por vários sofrimentos  e conflitos internos que a levam para um futuro incerto. Passado algum tempo e após longos anos, eles se reencontram e nossa heroína é apenas a coadjuvante nesta história que não deixa de causar um certo desconforto, que no entanto é recompensado pela felicidade dos amigos.

“Uma fatalidade caíra sobre ela”

Lucy Snowe é levada para uma cidade chamada Villette na França e recomeça sua vida num pensionato da Rue Fossette dirigido por Madame Beck, Lucy primeiramente é contratada como preceptora das filhas da Madame. Sobre Madame Beck:

“A bruxa da decepção, do desapontamento acenava-se e sua alma rejeitou aquela intimidade.” (95)

Após algum tempo, devido o seu esforço no  aprendizado do Francês Lucy é contratada para ser a nova professora de Inglês no pensionato. Ela era profundamente triste, solitária e melancólica em vários momentos podemos perceber esses sentimentos aflorados: 

“Nunca tinha sentido na minha alma um tumulto tão contaditório, como nessa noite, durante uma hora: a dor e riso, a tristeza e a coléria compartilharam o meu coração. Eu chorei lágrimas de fogo…” (108)

“Não abundava naquela casa bons sentimentos de qualquer espécie e aquela gota pura de uma fonte suave penetrava fundo, conquistando o coração e fazendo-me encher os olhos de lágrimas.” (109)

No tocante, justamente em um momento solitário, de profunda dor e sofrimento Lucy tem o prazer de reencontrar sua Madrinha e seu filho, agora, o Dr. John Grahan por quem Lucy nutri uma paixão, que logo é esquecida devido a chegada de Paulina, a sua querida Polly.

“Qual é o homem honesto, que ao ser casualmente confundido com um ladrão não se sente mais envergonhado do que lisonjeado.” (sobre o Dr. John)

E é nesta fase que surgi um personagem que não estava esquecido, ao contrário se fazia presente com suas implicâncias e brigas com Lucy Snowe que pouco a pouco vai tocando o coração de Lucy. Mousier Paul no alto da sua confiança, arrogância e prepotência ocupar um lugar celebre da atenção, do carinho e da amizade no coração da nossa querida heroína. Mousier Paul Emanuel apesar de todos os exageros ajuda Lucy a crescer e se fortalecer. 

“Várias vezes tenho verificado que as pessoas mais intratáveis não são, de modo algum, as piores criaturas da humanidade, assim com as mais humildes não são as menos delicadas de sentimento.”

Villette é autobiografico e esconde nas suas entrelinhas sentimentos que foram verdadeiramente sentidos por nossa querida Charlotte Bronte, e ao analisar nesse âmbito meu coração chorou e se emocionou pela profundidade de emoções contidas e que foram de certa forma vivenciadas e acrescentadas neste romance singular pela autora. Eu me sinto privilegiada de ler este livro e que vou guardar como um tesouro.

“Há pessoas de quem secretamente fugimos, pessoas as quais pessoalmente gostaríamos de evitar, embora a razão confesse que são boas pessoas. Todavia há outras com falhas de temperamento e gênios bastantes evidentes que, ao lado das quais, vivemos contentes, como se o ar que as rodeia nos fizesse bem.” (158)

Eu sem dvida alguma posso dizer que Villette mexeu comigo e me ensinou demasiadamente. Um livro extraordinário e na minha opinião foi escrito com muita maestria. Se eu já era fã da Charlotte antes por causa da Jane Eyre hoje sou mais. Uma delicia de livro que a Editora Pedrazul publicou para nós.

Eu li Villette em homenagem ao mês das mulheres para o Desafio Literário Skoob 2016 e para a I Dare You.

“Como certas pessoas abrem caminho para um ponto que, para outras, parece inatingível.”

Um abraço a todos

Daniela Correa

25 comentários sobre “Resenha: Villette – Charlotte Bronte

    • Daniela Correa disse:

      Oi Andrea, obrigada por comentar. Fico muito feliz que tenha gostado da resenha, e que surgiu o interesse pela leitura. Eu sou suspeita para falar, pelo amor que tenho por Charlotte Brontë. Villette se tornou um livro especial, espero imensamente que você goste tanto quanto eu da história.
      Obrigada
      Milhões de beijos

      Daniela

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    • Daniela Correa disse:

      Oi Ni, obrigada por comentar. Fico feliz que você tenha gostado da resenha, e surgido o interesse pela leitura. Se você preciosa ar de dicas estarei por aqui para ajudar. Comece com Jane Eyre da mesma autora, tenho certeza que não irá se arrepender.
      Abraços
      Danne

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  1. deharaujo disse:

    Daniela, infelizmente ainda não li nada de Charlotte Brontë, mas em breve isso vai mudar.
    A história é linda e muito tocante.
    Sua resenha conseguiu me deixar bem curiosa, ainda mais por dizer que é meio autobiográfica.
    Adorei.

    Lisossomos

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    • Daniela Correa disse:

      Oi Leticia, obrigada pelo comentário. A Charlotte é sensacional. O morro dos Ventos Uivantes é da irmã da Charlotte, a Emilly Brontë. É um romance gótico, pois ela tinha um gênero bem diferente das suas irmãs. Da Charlotte você pode ler: Shirley, Jane Eyre e Villette.
      Fico feliz em saber do seu interesse.
      Beijos

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    • Daniela Correa disse:

      Oi Suzzy, tudo ótimo!
      As publicações da Pedrazul são maravilhosas, eu sou suapeita para falar, porque tenho quase todas as edições que eles publicaram. E o diferencial deles são os clássicos da literatura inglesa que ainda não foram publicados no Brasil. Que bom que pude passar para você o interesse por Villete, é o meu preferido da Charlotte Brontë.
      Beijos e obrigada por comentar!

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